Resumos Palestras e Conferências

Palestras e Conferências

O Objeto Artístico como Objeto Teórico: Da Ruptura Sensível à Ruptura Epistemológica
Bruno Zorzal (UParis 8)

Diante das dificuldades inerentes à pesquisa que tem por objeto teórico objetos de ruptura, a saber a obra de arte, bem como os procedimentos e processos artísticos, nos perguntamos: as obras podem expandir as fronteiras da arte; por sua vez, as pesquisas podem provocar rupturas epistemológicas, mas como passar de uma a outra, isto é, como passar da surpresa, do estranhamento diante do objeto artístico a elementos inteligíveis que questionam a própria noção de criação e o alcance do conhecimento? Neste sentido pretendemos investigar se e de que modo o objeto artístico nos ajudaria a pensar ou repensar os conhecimentos que teríamos, os homens, a priori, isto é, nossos pressupostos, e aquilo que teríamos como inato.

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CORPOdiVERsidade: uma reflexão artística sobre a forma humana e suas transformações
Carlos Eduardo Góes (EBA – UFBA)

O trabalho CORPOdiVERsidade: uma reflexão artística sobre a forma humana e suas transformações é o resultado de uma investigação teórico-prática, do curso de Mestrado em Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia. O desenvolvimento teórico da pesquisa teve como principal norteador, para as reflexões e questionamentos, o antropólogo francês David Le Breton. A abordagem sobre as modificações corporais e suas hibridações levou em conta a questão das limitações físicas do homem, a nova identidade e fragmentação do sujeito, o caráter narcísico e hedonista da contemporaneidade, a reificação do corpo e as novas necessidades, exigências e influências da nossa sociedade. No decorrer da construção dos trabalhos artísticos, foram realizados cruzamentos e diálogos entre as artes visuais e outras áreas do conhecimento humano como a filosofia, as ciências e as novas tecnologias. Durante o desenvolvimento do trabalho prático, que teve o corpo humano como principal referência, foram experimentados e utilizados diversos tipos de suportes, materiais, técnicas e linguagens visuais. Como fruto dessa investigação e reflexão sobre as novas questões das modificações do corpo, assim como, de uma metodologia específica em artes visuais – a Poiética – originou-se a exposição: CORPOdiVERsidade: uma nova antropomorfia.

Palavras-chave: corpo humano, modificações, identidade, arte contemporânea, hibridação.

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E QUANDO A IMAGEM SOU EU? UM RELATO SOBRE  PESQUISAS EM ARTES VISUAIS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA
Maria Celeste de Almeida Wanner (PPGAV - EBA – UFBA)

A palestra propõe uma reflexão sobre pesquisas em artes visuais, mais especificamente sobre a fotografia contemporânea, a partir das teorias dos filósofos norte-americanos Charles S. Peirce (1839 -1914) e John Dewey (1859 -1952). Apesar de serem teóricos que remontam ao período entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, ambos são considerados pensadores de espírito contemporâneo. O conceito de Experiência, desenvolvido por Dewey em “Art as Experience” (1934), foi estudado por artistas que fizeram parte dos movimentos do alto Modernismo, no final dos anos 1960, e continua sendo um clássico dessa área. No que se refere a Peirce, sua “Arquitetura das Teorias”, que inclui a Semiótica da Imagem, tem influenciado pesquisadores de várias áreas do conhecimento humano. Ancorado nos conceitos de experiência e auto-referência, sem quaisquer intenções de ilustrações teóricas, o texto versa sobre o relato de uma pesquisa desta autora, a partir de retratos. Nesse contexto, a fotografia surge como um veículo para se mover entre o passado e o presente, em busca de proporcionar diferentes visões das formas criativas e subjetivas, em que as imagens verbais e visuais são produzidas e apresentadas.  Consequentemente, a volatilidade e a evanescência, inerentes ao processo de fazer sentido e significado de uma história, questiona quando nos tornamos artistas de nós mesmos, ao trazer o passado à nossa experiência reorientada.
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TTINTERAÇÃO TANGÍVEL: Um diálogo entre as formas naturais e industrializadas nas artes.
Elisabete Actis de Souza (EBA – UFBA)

Este artigo apresenta a interação entre dois universos: a natureza e o mundo tecnológico onde surge uma incrível simbiose que desperta a criatividade, ferramenta indispensável ao artista. São os elementos, formas deixadas ao acaso, e muitas vezes invisíveis aos olhos de pessoas que permeiam e circulam o mesmo trajeto, no caminho de passagem esperando por uma interação tangível, que estabelece entre os sentidos e os conceitos que remetem lembranças associativas, deixando fluir ideias que pulsam no interior e são transformados em poiése tecida matericamente, estabelecendo o sopro vital latente entre a forma matérica vinda da natureza e materiais industrializados. Agregados entre si estabelece um diálogo processual necessário. Portanto, a obra se ergue viril e suficiente, provando ao fruidor que a arte é possível quando o olho está treinado a enxergar além da matéria, as coisas que estão em nosso entorno, tornam-se elementos compositivos extraordinários, encontrando um novo sentido e de grande valor.

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PROJETOS RECENTES DO GRUPO POÉTICAS DIGITAIS: “ENCONTROS” E “ZN:PRDM”
Gilbertto Prado, Grupo Poéticas Digitais (ECA/USP, CNPq)

O Grupo Poéticas Digitais foi criado em 2002 no Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP com a intenção de gerar um núcleo multidisciplinar, promovendo o desenvolvimento de projetos experimentais e a reflexão sobre o impacto das novas tecnologias no campo das artes. O Grupo é um desdobramento do projeto wAwRwT iniciado em 1995 e tem como participantes professores, artistas, pesquisadores e estudantes. O objetivo desta comunicação é apresentar dois projetos recentes do grupo: “encontros” de 2012 e o projeto em processo “ZL:PRDM” de 2013.
Palavras-chave: instalação interativa, arte em rede, artemídia, novas mídias

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CORPOS X URBES : ESPAÇOS REDESENHADOS DE ORGANISMOS (vidas­): retrato social de uma realidade intangível.
Graça Ramos  (PPGAV /EBA – UFBA)

Este artigo trata de denunciar o corpo como população flutuante, “objeto perdido” ocupantes de espaços dos centros urbanos ou “não lugares”, são mendigos, sem teto... Acumulando-se de forma desordenada nas metrópoles e megalópoles que também formam aglomerações denominadas favelas resultantes do êxodo rural e desagregações de famílias. Entre esses corpos, há uma disputa, verdadeira guerra por esses espaços sem endereço que são muitas vezes requisitados, disputados através de brigas em uma concorrência ferrenha e algumas vezes, violenta. A proposta é utilizar a arte como ferramenta de resgate, e inclusão social dessas pessoas.
PALAVRAS-chave: Urbes; Corpo; Não lugar;Território; Arte.

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FERIDAS URBANAS COMO SIGNOS MATÉRICOS: Fonte imagética para representação de objetos tridimensionais.
Paulo Roberto Ferreira Oliveira – PAULO GUINHO (EBA / UFBA)

Este artigo aborda aspectos relacionados às apropriações dos signos através de capturas de imagens causadas pelas intempéries encontradas no espaço urbano: ruínas, muros, passeios e fachadas que inquietam este artista e muitos transeuntes e tem como proposta a relação simbiótica entre o processo criativo e domínio técnico; propondo através desse dialogo a concepção “objectual” da obra, tendo como ponto de partida desta interface, as feridas urbanas.
PALAVRAS-CHAVE; urbano; feridas; matérico; signos; apropriação.

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"Experiencia estética e investigación estética: arte, expresión, conocimiento"
Sílvia Solas (U De La Plata)

Resumen: me propongo indagar si lo que comúnmente denominamos experiencia estética puede considerarse en términos de investigación estética. Para ello tomo como referencia tanto las reflexiones teóricas sobre el arte cuanto la producción de los artistas y las apreciaciones de los receptores de arte, pues, estimo, en el plano de lo artístico la investigación implica todas esas fases. El carácter de "expresión" que Merleau-Ponty le atribuye al arte (así como al lenguaje, la ciencia y aún la filosofía) es un tópico que puede sintetizar esos aspectos que caracterizan al arte como ámbito de "investigación".

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Projeto "BTS em retalhos" :  diálogos  possíveis  entre arte  e comunidades
 Viga Gordilho – EBA/ UFBA

RESUMO: Vivemos um tempo de entrecruzamentos de disciplinas onde saberes e culturas precisam ser valorizados pelas suas peculiaridades para não correrem o risco de serem padronizadas. Sob essa premissa, surgem algumas questões: em que medida a atividade acadêmica, que se assenta nos pilares do ensino, da pesquisa e da extensão, nos traz oportunidades para uma prática artística neste mundo de misturas, dinâmicas e volatilizações? De que modos, diálogos  entre arte  e comunidade possibilitam projetos criativos que possam valorizar o potencial de cada lugar? Neste sentido, considerando comunidade como o ato coletivo em si, a conferência proposta traz para discussão essas questões, ancorado na realização do projeto BTS em Retalhos: ações poéticas em cinco portos da Baía de Todos os Santos: Baiacu, Itaparica, Matarandiba, Coqueiros e Ilha de Maré.

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Culturas ,Transições, Técnicas e Linguagens : Da Escrita à Tela
Alberto Freire de Carvalho Olivieri (PPGAV/EBA – UFBA ; Ruy Barbosa ; ÁREA 1)

Nos estudos das transformações das culturas é interessante se observar  as relações entre oralidade, escrita e as novas tecnologias e linguagens numéricas. Sobretudo no campo das questões subjetivas  que nos dão a impressão que caminham mais vagarosamente que as mudanças tecnológicas. Tanto o léxico quanto os conceitos simbólicos compõem igualmente a linguagem humana. Sabemos que a criação de nova linguagem não se processa no sistema léxico e que a mesma é decorrente de um processo de inovação. bém uma memorização.

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Título: “La obra como proyecto”
Pilar Garcia (U de Sevilla)


La inclusión de los estudios de Bellas  Artes en el ámbito Universitario  español en 1980, las tesis doctorales realizadas por artistas, un nuevo sentido de la investigación. La investigación de ayer y de hoy:   ¿cómo debe ser la investigación en  Bellas Artes?, dudas que se contraponen  y equilibran.
Las investigaciones en arte  realizadas por artistas  como  enriquecimiento en  el campo habitual  de las tesis doctorales en la Universidad.  ARTE  y  ERUDICIÓN. CIENCIA  y ARTE. Lo GENERAL  y  lo  PARTICULAR. PROCESO DE CREACIÓN. El arte como el “encuentro armónico” de dos realidades, - la del artista como individuo, y la del “resto” como sociedad. La obra de arte, un modo de conocerse a sí misma, en su propia materialidad, en su ser físico.

PALABRAS CLAVES: Espacio, tiempo, materia, innovación

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Residência Capturada; Arte como resgate de Tradições.
Luiz Mario Costa Freire (EBA / UFBA)
  
A terra, a casa, a fé, os amigos, as festas e a arte. Plurais temas para singulares abordagens.
Mais que perseguir um tema para a realização de uma investigação em artes visuais, o trabalho de tese doutoral em curso acabou por elucidar aspectos de uma manifestação popular baiana que, até então, seguiam obscuros quanto a sua Genesis. Ainda que fosse um tema de interesse coletivo, dada a popularidade do seu personagem –Santo Antônio-, não foi encontrada nenhuma publicação que reunisse em seu teor informações sobre as tradições das Trezenas para Santo Antônio na Bahia. Desse modo, foi a partir do carinho que o povo baiano tem para com o santo português que pudemos compilar dados significativos coletados durante a pesquisa.

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Ensino da Poliestirenogravura   no conterúdo da disciplina " Gravura
Julian Wrolbel (EBA / UFBA)

A introdução do ensino da Poliestirenogravura   no conterúdo da disciplina " Gravura como elemento de pesquisa de novos materiais bem como estimulador no processo de aprendizado e interesse da disciplina .

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IMPRECISAS VERDADES E OS MODOS DE FAZER ARTE.
Eriel de Araújo Santos (PPGAV / EBA – UFBA)



Os processos de criação artística esbarram numa encruzilhada formada por trilhas derivadas de diversos desejos humanos, assim são construídas verdades que geram embates entre o fenômeno observado e o significado atribuído a este. Neste texto, abordaremos sobre algumas resultantes artísticas e sua relação com uma imagem imprecisa, dissidências entre documento e Arte.

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Performance e Convivência: corpo, intervenção e escultura de comportamento
Ricardo Barreto Biriba (PPGAV / EBA – UFBA)

Discute processos criativos em artes a partir de experiências do corpo em espaços naturais, a convivência em grupo e suas trocas, entendendo a performance como linguagem que abre possibilidades de pesquisas relacionadas ao diálogo constante entre o conhecimento sobre si mesmo, o outro e o todo. É a afirmação do “devir humano”, na acepção Nietzscheriana do "torna-te quem tu és". Assim a pesquisa pretende desenvolver formas de abordagens em escultura como comportamento cuja potência performativa, propõe criação de um espaço relacional ou comunicacional com a memória e o presente como escultura  de idéias corporificadas. Nesse sentido pretende-se com isso potencializar as ações naturais do corpo  através de laborátórios de criação como descondicionante de conhecimentos verticais ensinados para trabalharmos com conhecimentos horizontais apreendidos.

ARTE CONSTRUTIVA E EXPERIMENTAÇÃO"
Mariela Brazón Hernández (EBA UFBA)


Serão abordadas as relações entre as manifestações artísticas modernas de cunho construtivista e diversas metodologias de pesquisa oriundas do âmbito científico, especificamente tendências experimentais que permearam o desenvolvimento das ciências puras no início do século XX.


Título: Imagem e Pensamento Criador.
Sônia Lúcia Rangel (EBA UFBA)
Penso Imagens ou as Imagens me pensam? Serão tratadas acepções de IMAGEM enquanto Princípio de Pensamento, suas funções na organização da experiência sensível, focalizando um modo de Abordagem Conceitual para a criação artística. Como Abordagem Operacional, derivada deste pensar, serão abordados alguns procedimentos de processo, fazendo aproximações relativas à especificidade das poéticas visuais. Autores de referência principais: BACHELARD, CALVINO, DAMÁSIO, DURAND, PAREYSON.


À quoi tu penses? O digital como fonte.
RIBEIRO, Valécia ; BRISSOT, Cyrille. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB; Institut de Recherche et de Coordination Acoustique/Musique - IRCAM. 

A instalação interativa À quoi tu penses?,  ao explorar a relação entre o som e a imagem, se apropria do mito ovidiano na passagem de Narciso à Eco, tomando o digital como fonte nos processos colaborativos de criação entre artistas e público. Nesse momento, a pesquisa em artes se volta para a interatividade e a imagem digital constitui a mediação entre a a experiência poética e estética. Em  À quoi tu penses? a reflexão da imagem daquele que interage diante da queda d’água projetada, se dá na ação da voz no microfone, distorcendo a imagem de si e questionando a própria relação com a arte digital, apresentando-se como um corpo crítico e criativo.

Palavras-chaves: Corpo. Imagem. Som.  Processo de criação. Interatividade.





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